sábado, 19 de março de 2011

Ordenação Diaconal

O diácono José Francisco,
em Santa Rita de Caldas
Na manhã deste dia 19 de março, solenidade de São José, foi celebrada a ordenação diaconal do seminarista José Francisco Ferreira, que é um dos colaboradores na Causa de Canonização do Servo de Deus Padre Alderigi.

Proveniente da Arquidiocese de Belo Horizonte, o diácono José Francisco foi acolhido na Arquidiocese de Pouso Alegre e faz o seu estágio pastoral em Santa Rita de Caldas.

A Santa Missa foi presidida pelo Arcebispo Emérito de Belo Horizonte, o Cardeal Serafim Fernandes de Araújo. Contou com a presença de Dom Ricardo Pedro, Arcebispo Metropolitano, de diversos sacerdotes e fiéis.

Pedimos a São José que interceda pelo novo diácono, a fim de que, seguindo o seu exemplo, viva o ministério em profundo amor e obediência à vontade de Deus.

Rezamos também para que o Senhor da Messe suscite no coração de muitos jovens a generosa disposição de doar sua vida a Ele, no serviço aos irmãos como fez o querido Padre Alderigi.

segunda-feira, 14 de março de 2011

"Já fez a sua Páscoa?"

Padre Alderigi
na porta do Santuário de Santa Rita
Quem visitava o Santuário, em Santa Rita de Caldas, não encontrava somente o Bom Senhor, mas encontrava também o Monsenhor. De fato, além do Santíssimo Sacramento, estava sempre presente, especialmente nas primeiras sextas-feiras e domingos, o bom pároco Padre Alderigi. Ficava ali o dia inteiro e não saía nem para comer. Dona Zélia, a governanta da casa paroquial, levava algo para que comesse dentro da igreja, pois ele dizia que, se saísse, alguém poderia vir procurá-lo e não o encontraria.

Ficava, normalmente sentado, no confessionário, à espera dos penitentes desejosos de confissão. Enquanto esperava, rezava o breviário ou o terço. Lá de dentro, ele percebia quem entrava na igreja e, se não houvesse alguém na fila, dizia logo: "Já fez a sua páscoa? Venha se confessar!" Do mesmo modo, se algum grupo de romeiros chegasse e pedisse a bênção para si ou para os objetos de piedade, Padre Alderigi os acolhia e convidava, antes da bênção, a fazer a confissão.

No interior do Santuário de Santa Rita
Padre Alderigi foi um homem do confessionário, sempre disponível a atender as confissões dos fiéis. Mas, foi também alguém que, freqüentemente, se aproximava deste sacramento. Sempre que encontrava um outro padre, pedia para confessar-se, mesmo não tendo cometido pecados graves.

Por que Padre Alderigi cultivava tão grande amor a este sacramento? Creio que a resposta pode ser encontrada em duas profundas verdades: todos somos pecadores e somente Jesus Cristo é o médico que pode dar-nos a cura.

O Servo de Deus costumava dizer que "muitas são as ofensas a Deus, mas pouca a reparação". Ele sabia que o nosso pecado ofende a Deus, pois quando pecamos dizemos um forte não a toda oferta de amor e de salvação que Deus nos faz. Tinha consciência de que o pecado é uma doença silenciosa e que, se encontra espaços na alma, é capaz de corroer toda a vida de relacionamento com Deus e com as outras pessoas.
Quadro de Jesus Misericordioso

Mas, esta triste realidade do pecado nunca fez Padre Alderigi perder a esperança! Ele sabia que temos um Médico poderoso e capaz de curar todos as nossas doenças espirituais. O próprio Jesus afirmou: "As pessoas que têm saúde não precisam de médico, só as doentes. Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores" (Lc 5,31-32). Deste modo, no sacramento da confissão se realiza o encontro entre o pecador e o Salvador, entre a pessoa sem saúde e o Médico que perdoa e cura.

Confessar-se com um sacerdote significa mostrar ao Médico Jesus a sua ferida, ainda que seja feia ou cheire mal. A vergonha ou o medo não devem ser impedimentos para uma abertura total do coração a Deus! Quanto mais abertamente se fala do pecado cometido, mais oportunidade se dá ao médico de curar-nos. Santo Agostinho diz: "Deus cura todas as enfermidades. Então, não tenhas medo: todas as tuas enfermidades serão curadas. E se dizes que estas são grandes, saibas que maior é o médico que as cura. Para um médico de poder infinito não existe nenhum mal incurável. Tu deves somente permitir que Ele te cure e não deves impedir as suas mãos, pois Ele sabe bem aquilo que precisa fazer".

Neste tempo de Quaresma, eu o convido a ouvir novamente a pergunta de Padre Alderigi: "Já fez a sua Páscoa?", Já se preparou, através da confissão, para receber a Santa Eucaristia? Já se confessou para celebrar bem a Ressurreição de Jesus? Já permitiu ao Médico das almas que cure e dê vida nova à sua vida?

Se você ainda não se confessou, ainda há tempo! Vale a pena fazer um bom exame de consciência, com a coragem de olhar no profundo do seu ser e com a decisão de mudar de vida, deixando de lado o pecado. Vale a pena procurar um sacerdote, confessar os pecados e experimentar a graça divina em sua vida. Vale a pena deixar que o Médico cure o suas dores e o faça participante de sua Ressurreição!




sexta-feira, 11 de março de 2011

Mensagem do Papa para a Quaresma - 3ª Parte



3. O nosso imergir-nos na morte e ressurreição de Cristo através do Sacramento do Batismo, estimula-nos todos os dias a libertar o nosso coração das coisas materiais, de um vínculo egoísta com a «terra», que nos empobrece e nos impede de estar disponíveis e abertos a Deus e ao próximo. Em Cristo, Deus revelou-se como Amor (cf 1 Jo 4, 7-10). A Cruz de Cristo, a «palavra da Cruz» manifesta o poder salvífico de Deus (cf. 1 Cor 1, 18), que se doa para elevar o homem e dar-lhe a salvação: amor na sua forma mais radical (cf. Enc. Deus caritas est, 12). Através das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração, expressões do empenho de conversão, a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo. O Jejum, que pode ter diversas motivações, adquire para o cristão um significado profundamente religioso: tornando mais pobre a nossa mesa aprendemos a superar o egoísmo para viver na lógica da doação e do amor; suportando as privações de algumas coisas – e não só do supérfluo – aprendemos a desviar o olhar do nosso «eu», para descobrir Alguém ao nosso lado e reconhecer Deus nos rostos de tantos irmãos nossos. Para o cristão o jejum nada tem de intimista, mas abre em maior medida para Deus e para as necessidades dos homens, e faz com que o amor a Deus seja também amor ao próximo (cf. Mc 12, 31).

No nosso caminho encontramo-nos perante a tentação do ter, da avidez do dinheiro, que insidia a primazia de Deus na nossa vida. A cupidez da posse provoca violência, prevaricação e morte: por isso a Igreja, especialmente no tempo quaresmal, convida à prática da esmola, ou seja, à capacidade de partilha. A idolatria dos bens, ao contrário, não só afasta do outro, mas despoja o homem, torna-o infeliz, engana-o, ilude-o sem realizar aquilo que promete, porque coloca as coisas materiais no lugar de Deus, única fonte da vida. Como compreender a bondade paterna de Deus se o coração está cheio de si e dos próprios projetos, com os quais nos iludimos de poder garantir o futuro? A tentação é a de pensar, como o rico da parábola: «Alma, tens muitos bens em depósito para muitos anos...». «Insensato! Nesta mesma noite, pedir-te-ão a tua alma...» (Lc 12, 19-20). A prática da esmola é uma chamada à primazia de Deus e à atenção para com o próximo, para redescobrir o nosso Pai bom e receber a sua misericórdia.

Em todo o período quaresmal, a Igreja oferece-nos com particular abundância a Palavra de Deus. Meditando-a e interiorizando-a para a viver quotidianamente, aprendemos uma forma preciosa e insubstituível de oração, porque a escuta atenta de Deus, que continua a falar ao nosso coração, alimenta o caminho de fé que iniciámos no dia do Batismo. A oração permite-nos também adquirir uma nova concepção do tempo: de fato, sem a perspectiva da eternidade e da transcendência ele cadencia simplesmente os nossos passos rumo a um horizonte que não tem futuro. Ao contrário, na oração encontramos tempo para Deus, para conhecer que «as suas palavras não passarão» (cf. Mc 13, 31), para entrar naquela comunhão íntima com Ele «que ninguém nos poderá tirar» (cf. Jo 16, 22) e que nos abre à esperança que não desilude, à vida eterna.

Mensagem do Papa para a Quaresma - 2ª Parte


2. Para empreender seriamente o caminho rumo à Páscoa e nos prepararmos para celebrar a Ressurreição do Senhor – a festa mais jubilosa e solene de todo o Ano litúrgico – o que pode haver de mais adequado do que deixar-nos conduzir pela Palavra de Deus? Por isso a Igreja, nos textos evangélicos dos domingos de Quaresma, guia-nos para um encontro particularmente intenso com o Senhor, fazendo-nos repercorrer as etapas do caminho da iniciação cristã: para os catecúmenos, na perspectiva de receber o Sacramento do renascimento, para quem é batizado, em vista de novos e decisivos passos no seguimento de Cristo e na doação total a Ele.

O primeiro domingo do itinerário quaresmal evidencia a nossa condição do homens nesta terra. O combate vitorioso contra as tentações, que dá início à missão de Jesus, é um convite a tomar consciência da própria fragilidade para acolher a Graça que liberta do pecado e infunde nova força em Cristo, caminho, verdade e vida (cf. Ordo Initiationis Christianae Adultorum, n. 25). É uma clara chamada a recordar como a fé cristã implica, a exemplo de Jesus e em união com Ele, uma luta «contra os dominadores deste mundo tenebroso» (Ef 6, 12), no qual o diabo é activo e não se cansa, nem sequer hoje, de tentar o homem que deseja aproximar-se do Senhor: Cristo disso sai vitorioso, para abrir também o nosso coração à esperança e guiar-nos na vitória às seduções do mal.

O Evangelho da Transfiguração do Senhor põe diante dos nossos olhos a glória de Cristo, que antecipa a ressurreição e que anuncia a divinização do homem. A comunidade cristã toma consciência de ser conduzida, como os apóstolos Pedro, Tiago e João, «em particular, a um alto monte» (Mt 17, 1), para acolher de novo em Cristo, como filhos no Filho, o dom da Graça de Deus: «Este é o Meu Filho muito amado: n’Ele pus todo o Meu enlevo. Escutai-O» (v. 5). É o convite a distanciar-se dos boatos da vida quotidiana para se imergir na presença de Deus: Ele quer transmitir-nos, todos os dias, uma Palavra que penetra nas profundezas do nosso espírito, onde discerne o bem e o mal (cf. Hb 4, 12) e reforça a vontade de seguir o Senhor.

O pedido de Jesus à Samaritana: «Dá-Me de beber» (Jo 4, 7), que é proposto na liturgia do terceiro domingo, exprime a paixão de Deus por todos os homens e quer suscitar no nosso coração o desejo do dom da «água a jorrar para a vida eterna» (v. 14): é o dom do espírito Santo, que faz dos cristãos «verdadeiros adoradores» capazes de rezar ao Pai «em espírito e verdade» (v. 23). Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e da beleza! Só esta água, que nos foi doada pelo Filho, irriga os desertos da alma inquieta e insatisfeita, «enquanto não repousar em Deus», segundo as célebres palavras de Santo Agostinho.

O domingo do cego de nascença apresenta Cristo como luz do mundo. O Evangelho interpela cada um de nós: «Tu crês no Filho do Homem?». «Creio, Senhor» (Jo 9, 35.38), afirma com alegria o cego de nascença, fazendo-se voz de todos os crentes. O milagre da cura é o sinal que Cristo, juntamente com a vista, quer abrir o nosso olhar interior, para que a nossa fé se torne cada vez mais profunda e possamos reconhecer n’Ele o nosso único Salvador. Ele ilumina todas as obscuridades da vida e leva o homem a viver como «filho da luz».


Quando, no quinto domingo, nos é proclamada a ressurreição de Lázaro, somos postos diante do último mistério da nossa existência: «Eu sou a ressurreição e a vida... Crês tu isto?» (Jo 11, 25-26). Para a comunidade cristã é o momento de depor com sinceridade, juntamente com Marta, toda a esperança em Jesus de Nazaré: «Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo» (v. 27). A comunhão com Cristo nesta vida prepara-nos para superar o limite da morte, para viver sem fim n’Ele. A fé na ressurreição dos mortos e a esperança da vida eterna abrem o nosso olhar para o sentido derradeiro da nossa existência: Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia. Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança.

O percurso quaresmal encontra o seu cumprimento no Tríduo Pascal, particularmente na Grande Vigília na Noite Santa: renovando as promessas batismais, reafirmamos que Cristo é o Senhor da nossa vida, daquela vida que Deus nos comunicou quando renascemos «da água e do Espírito Santo», e reconfirmamos o nosso firme compromisso em corresponder à ação da Graça para sermos seus discípulos.

Mensagem do Papa para a quaresma - Última parte


Em síntese, o itinerário quaresmal, no qual somos convidados a contemplar o Mistério da Cruz, é «fazer-se conformes com a morte de Cristo» (Fl 3, 10), para realizar uma conversão profunda da nossa vida: deixar-se transformar pela acção do Espírito Santo, como São Paulo no caminho de Damasco; orientar com decisão a nossa existência segundo a vontade de Deus; libertar-nos do nosso egoísmo, superando o instinto de domínio sobre os outros e abrindo-nos à caridade de Cristo. O período quaresmal é momento favorável para reconhecer a nossa debilidade, acolher, com uma sincera revisão de vida, a Graça renovadora do Sacramento da Penitência e caminhar com decisão para Cristo.

Queridos irmãos e irmãs, mediante o encontro pessoal com o nosso Redentor e através do jejum, da esmola e da oração, o caminho de conversão rumo à Páscoa leva-nos a redescobrir o nosso Batismo. Renovemos nesta Quaresma o acolhimento da Graça que Deus nos concedeu naquele momento, para que ilumine e guie todas as nossas acções. Tudo o que o Sacramento significa e realiza, somos chamados a vivê-lo todos os dias num seguimento de Cristo cada vez mais generoso e autêntico. Neste nosso itinerário, confiemo-nos à Virgem Maria, que gerou o Verbo de Deus na fé e na carne, para nos imergir como ela na morte e ressurreição do seu Filho Jesus e ter a vida eterna.

Vaticano, 4 de Novembro de 2010


BENEDICTUS PP. XVI

© Copyright 2010 - Libreria Editrice Vaticana

quinta-feira, 10 de março de 2011

Mensagem do Papa para a Quaresma - 1ª Parte




MENSAGEM DE SUA SANTIDADE 
PAPA BENTO XVI 
PARA A QUARESMA DE 2011 

«Sepultados com Ele no batismo, 
foi também com Ele que ressuscitastes» (cf. Cl 2, 12)

Amados irmãos e irmãs!

A Quaresma, que nos conduz à celebração da Santa Páscoa, é para a Igreja um tempo litúrgico muito precioso e importante, em vista do qual me sinto feliz por dirigir uma palavra específica para que seja vivido com o devido empenho. Enquanto olha para o encontro definitivo com o seu Esposo na Páscoa eterna, a Comunidade eclesial, assídua na oração e na caridade laboriosa, intensifica o seu caminho de purificação no espírito, para haurir com mais abundância do Mistério da redenção a vida nova em Cristo Senhor (cf. Prefácio I de Quaresma).

1. Esta mesma vida já nos foi transmitida no dia do nosso Batismo, quando, «tendo-nos tornado partícipes da morte e ressurreição de Cristo» iniciou para nós «a aventura jubilosa e exaltante do discípulo» (Homilia na Festa do Batismo do Senhor, 10 de Janeiro de 2010). São Paulo, nas suas Cartas, insiste repetidas vezes sobre a singular comunhão com o Filho de Deus realizada neste lavacro. O fato que na maioria dos casos o Batismo se recebe quando somos crianças põe em evidência que se trata de um dom de Deus: ninguém merece a vida eterna com as próprias forças. A misericórdia de Deus, que lava do pecado e permite viver na própria existência «os mesmos sentimentos de Jesus Cristo» (Fl 2, 5), é comunicada gratuitamente ao homem.

O Apóstolo dos gentios, na Carta aos Filipenses, expressa o sentido da transformação que se realiza com a participação na morte e ressurreição de Cristo, indicando a meta: que assim eu possa «conhecê-Lo, a Ele, à força da sua Ressurreição e à comunhão nos Seus sofrimentos, configurando-me à Sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos» (Fl 3, 1011). O Batismo, portanto, não é um rito do passado, mas o encontro com Cristo que informa toda a existência do batizado, doa-lhe a vida divina e chama-o a uma conversão sincera, iniciada e apoiada pela Graça, que o leve a alcançar a estatura adulta de Cristo.

Um vínculo particular liga o Batismo com a Quaresma como momento favorável para experimentar a Graça que salva. Os Padres do Concílio Vaticano II convidaram todos os Pastores da Igreja a utilizar «mais abundantemente os elementos batismais próprios da liturgia quaresmal» (Const. Sacrosanctum Concilium, 109). De fato, desde sempre a Igreja associa a Vigília Pascal à celebração do Batismo: neste Sacramento realiza-se aquele grande mistério pelo qual o homem morre para o pecado, torna-se partícipe da vida nova em Cristo Ressuscitado e recebe o mesmo Espírito de Deus que ressuscitou Jesus dos mortos (cf. Rm 8, 11). Este dom gratuito deve ser reavivado sempre em cada um de nós e a Quaresma oferece-nos um percurso análogo ao catecumenato, que para os cristãos da Igreja antiga, assim como também para os catecúmenos de hoje, é uma escola insubstituível de fé e de vida cristã: deveras eles vivem o Batismo como um acto decisivo para toda a sua existência.

domingo, 6 de março de 2011

DVD da festa de Padre Alderigi

Capa do DVD
A Postulação da Causa de Canonização e a Paróquia de Santa Rita têm a alegria de oferecer aos devotos do Servo de Deus Padre Alderigi um novo DVD que reúne imagens e vídeos feitos durante a Semana de Oração realizada em novembro de 2010.

Através deste DVD, você poderá conhecer um pouco mais sobre a vida de Padre Alderigi que foi encenada por crianças, jovens e adultos durante a novena celebrada do dia 4 ao 14 novembro passado.

Além desta enriquecedora recordação da vida de Padre Alderigi, este DVD traz também os detalhes da visita do Sr. Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo que esteve em Santa Rita de Caldas para a celebração do dia 11 de novembro.

O DVD pode ser adquirido na Secretaria Paroquial. Entre em contato através do telefone: (35) 3734-1226. Ao adquirindo este DVD você colabora com as despesas da Causa de Canonização!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Primeiro mês do Blog!

Padre Alderigi
em celebração da Santa Missa
Chegamos ao primeiro mês deste Blog dedicado ao Servo de Deus Padre Alderigi e agradecemos a você pelo sucesso obtido!

O Blog foi como uma porta que se abriu para levar o nosso querido Padre Alderigi ao encontro de muitas pessoas. De acordo com as estatísticas, neste primeiro mês, tivemos 385 visitas.

Grande foi a nossa surpresa ao perceber que a fama de santidade de Padre Alderigi ultrapassa a realidade brasileira, pois as visitas foram provenientes de 6 países: Brasil, Itália, Estados Unidos, Finlândia, México e Rússia.

Indicação dos países de proveniência
das visitas ao Blog,
de 4 de fevereiro a 4 de março
Agradecemos aos amigos Edinaldo Silva, Maria Esther N. de F. S. D. Valle, Mirian Couto e J. Francisco pelos comentários feitos aos nossos artigos!

Com grande desejo de que a Causa de Canonização do Servo de Deus Padre Alderigi seja ainda mais difundida, queremos continuar com este Blog.
E pedimos sua ajuda para que ele seja mais divulgado! Compartilhe com seus amigos no Facebook, no Twitter ou por e-mail!

Sempre que possível, faça-nos uma visita e veja as atualizações! Escreva-nos, mande-nos sua opinião e sugestões, envie-nos seus relatos de graças recebidas ou sua experiência de devoção ao Servo de Deus Padre Alderigi! Contamos com você!

Deus o abençoe!

Pe. Leandro.

terça-feira, 1 de março de 2011

Em Roma, Santa Missa pelos devotos

Devotos diante do túmulo
onde se encontram os restos mortais de Padre Alderigi

No dia 3 de cada mês, os devotos de Padre Alderigi se reúnem, no Santuário de Santa Rita, em Santa Rita de Caldas, para a recitação do Santo Rosário. Ali, junto aos seus restos mortais, transladados para o Santuário, os fiéis imploram as mais fecundas graças de Deus e rezam pelo êxito desta Causa de Canonização.

É um dia significativo, pois trás à memória aquele 3 de outubro de 1977 em que o Servo de Deus partiu para a casa do Pai. 

Basílica de São Pedro - Roma

Neste dia 3 de março, o Postulador celebrará, em Roma, uma Missa na qual oferecerá ao Senhor as intenções desta Causa e também as intenções de cada um dos fiéis devotos que recorrem à intercessão de Padre Alderigi. 


Propomos, portanto, uma grande união de orações, neste dia! Onde você estiver, em meio às suas atividades e trabalhos, com a família, ou em situações de doença ou dores... una seu coração a Deus e a todos aqueles que pedem a intercessão do Servo de Deus Padre Alderigi! E sinta também a nossa presença e saiba que rezamos em suas intenções!

Se você desejar, pode enviar-nos suas intenções
 escrevendo abaixou (clique no desenho do envelope)
ou enviando,  diretamente, um e-mail para racarle@gmail.com

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Padre Alderigi e o abandono à providência divina

Você já percebeu que queremos ter tudo sob nosso controle? Notou que queremos ser sempre os protagonistas de tudo o que acontece em nós e ao nosso redor? Já se sentiu fraco e desanimado ao deparar-se com seus limites e fraquezas, os quais o impediram de ser senhor de todas as coisas? Acredito que estas sejam experiências muito presentes na vida de todos nós!

Padre Alderigi, no Santuário de Santa Rita,
em Santa Rita de Caldas
Jesus conhecia bem estas tendências do coração humano. Por isto, afirmou: "... não fiqueis preocupados, dizendo: Que vamos comer? Que vamos beber? Que vamos vestir? Os pagãos é que procuram estas coisas. O vosso Pai, que está no Céu, sabe que precisais de tudo isso. Pelo contrário, em primeiro lugar buscai o Reino de Deus e sua justiça, e Deus vos dará, em acréscimo, todas estas coisas. Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá as suas preocupações. Basta a cada dia a própria dificuldade" (Mt 6, 31-34). Com estas palavras, o Salvador convida-nos a deixar de lado o excesso de protagonismo e acreditar na providência do Pai celeste que conhece todas as nossas necessidades e cuida de nós.

Um observador desatento poderia, porém, pensar que Jesus propõe a ociosidade e ensine a cruzar os braços e nada fazer, esperando que tudo caia do céu. Mas, não é isto que Ele diz! Não existe contradição entre confiança na Providência e luta constante. É necessário agir, trabalhar, dar o seu melhor... mas, com a total convicção de que estamos nas mãos de Deus e que, sem Ele, nada podemos fazer.

Anjo com a cruz
(Ponte Sant'Angelo - Roma)
Tal realidade promove esperança e coragem para as batalhas quotidianas e, ao mesmo tempo, gera paz e serenidade ao coração, pois evidencia o justo lugar do ser humano. Ele é um filho amado de Deus e não o próprio Deus! Por isto, o cristão se distingue pela absoluta confiança no Pai celeste como fez Jesus. Ele viveu com os pés bem firmes na realidade e atento às mais profundas necessidades dos irmãos, mas com o coração totalmente ancorado nos céus.

O Servo de Deus Padre Alderigi compreendeu bem esta lição de vida cristã! Homem de intrépido trabalho, jamais deixou de fazer o que deveria fazer. Antes, fez até mais do que podia, a fim de socorrer os fiéis em suas necessidades espirituais e materiais.

Montagem de fotos:
Padre Alderigi e Santa Rita
Diante dos problemas e angústias pessoais dos que acorriam a ele, Padre Alderigi convidava a elevar o olhar e o coração a Deus através da oração. Até mesmo quando as pessoas contavam-lhe que alguém havia falado mal dele ou feito alguma fofoca, este sacerdote convidava quem havia trazido a notícia a ir, com ele, à capela do Santíssimo Sacramento. E lá, dizia: "Vamos rezar, juntos, por quem falou mal do padre e por você, que veio fazer a fofoca!" Ele sabia que este relacionamento com Deus era capaz de mudar as atitudes das pessoas.

Outras vezes, tal postura de confiança em Deus se manifestava nas ocasiões de suas necessidades econômicas. Ele mantinha contas nas farmácias da cidade, nas quais colocava os gastos com remédios para os que lhe pediam. Quando as contas chegavam em casa e ele não possuía o dinheiro necessário, ia até a igreja e lá colocava as notas fiscais debaixo da imagem de Santa Rita e dizia: "Os doentes são seus e não meus". E, através da oração, conseguia o dinheiro necessário que sempre lhe chegava através de alguma inesperada doação.

Cactus florido
Era assim que Padre Alderigi sempre insistia para não perder jamais a atitude filial de plena confiança na ação providencial do Pai que vem em nosso auxílio e jamais abandona. Mesmo diante dos mais graves problemas, ele incentivava a não perder a fé no Providente Senhor, pois sabia que verdadeira era a palavra de Jesus: "Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Porém, eu digo-vos: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Ora, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no fogo, muito mais Ele fará por vós, gente de pouca fé!" (Mt 6, 28-30).

Por que, ao invés de sofrer desejando resolver tudo de uma vez, ou querendo ter tudo sob controle, não damos mais espaços para a ação de Deus, em nossas vidas? Por que não fazemos o melhor que podemos hoje, sabendo que o amanhã a Deus pertence e que "basta a cada dia a própria dificuldade"?

Que o bom Padre Alderigi nos ajude a interpretar nossa existência sob a ótica do abandono à providência divina, com a certeza de que até de espinhosas realidades, Deus pode fazer brotar belas e perfumadas flores!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ordenação sacerdotal do jovem Alderigi Torriani

No passado dia 19 de fevereiro, foi apresentado ao Papa Bento XVI o novo "Anuário Pontifício",  no qual se encontram as estatísticas sobre a realidade católica no mundo. Dentre as diversas constatações, aquela que mais chamou a atenção refere-se ao crescimento do número de padres, no mundo.

Papa Bento XVI
ordena novos sacerdotes
na Basílica de São Pedro
Segundo a Rádio Vaticano, "entre 1999 e 2009, o número de padres em todo o mundo aumentou 1,4%. Hoje, no mundo, existem 410.593 sacerdotes, 275.542 pertencentes ao clero diocesano e os restantes ao clero religioso. Pela primeira vez desde 1999, em todo o mundo menos na Europa, o número de ordenações supera o de falecimentos e abandonos"

Diante desta atual notícia, causadora de alegria e esperança, vale a pena olhar para o passado e recordar a ordenação sacerdotal do Servo de Deus. 

Uma lembrança importante, pois faz recordar que Padre Alderigi percorreu os caminhos da santidade como padre católico. Foi nesta missão que ele se esforçou para viver as virtudes cristãs. Isto evidencia que a santidade não cai do céu, mas é encontrada na vocação bem vivida, quotidianamente. Assim, podem se tornar santos não apenas os padres e as freiras, mas os pais e mães de família, o trabalhador que faz bem seu serviço, o patrão que é justo e caridoso, o profissional que trata com amor as pessoas, o jovem que leva a sério seus estudos etc.

Por outro lado, traz à mente a especial atenção que o Servo de Deus dedicava em favor do cultivo das vocações sacerdotais e religiosas. É isto que pedimos a Deus, quando rezamos a oração pela sua canonização: "...concedei-me imitar... seu zelo pelas vocações sacerdotais e religiosas"

De fato, Deus utiliza de pessoas para chamar os jovens para o seu serviço! Se rezamos a citada oração, podemos nos interrogar: tenho rezado ou feito algo para ajudar algum jovem que conheço e que apresenta sinais de vocação, para que tenha coragem de dizer sim ao chamado de Deus?

Os jovens
Alderigi Torriani e Joaquim Noronha
No auge de seus 25 anos de idade, o jovem Alderigi foi ordenado, juntamente com o seu grande e fiel amigo Joaquim Noronha, o famoso Monsenhor Quinzinho, o qual, por diversos anos, foi pároco de Brazópolis (MG).

O Jornal "Semana Religiosa" publicou, naquele dia 18 de setembro de 1920, uma bela crônica que, além dos efusivos augúrios, revela também um pouco da personalidade daqueles jovens que se ofereceram totalmente ao serviço de Deus e da Igreja. 

Achamos por bem manter a notícia em sua originalidade, inclusive com a grafia portuguesa utilizada na época.


ORDENAÇÃO SACERDOTAL 


Às 8 horas da manhã, o Exmo. Sr. Bispo Diocesano conferirá, hoje, na Cathedral, a ordem de presbytero aos diáconos Alderigi Torriani e Joaquim Noronha, alumnos do Seminário Episcopal. 

Os neo-sacerdotes, que hoje se ungem para as pugnas santas e se armam cavalleiros de Christo, vêm assim realizadas as suas mais ardentes aspirações, o premio de bem e muito querer. 

Lembrança autógrafa
da ordenação 
Novos sacerdotes, novas esperanças para a religião na Diocese, não é sem um jubilo muito vivo que noticiamos a formatura dos dois distinctos moços; tanto mais que elles não são desconhecidos para nós, pois sabemol-os cooperadores cheios de boa vontade na educação da mocidade gymnasiana, professores que são e excellentes auxiliares na disciplina do Gymnasio Diocesano. 

O padre Alderigi é natural de Jacutinga, e alli irá cantar sua primeira missa amanhã. 

O padre Noronha, residente ha muito em Villa Braz, por toda esta semana alli irá afim de celebrar sua primeira missa na Capella de Apparecida. 

Em regosijo pela investidura dos novos sacerdotes, o Gymnasio lhes offerecerá hoje uma pequena festa. 

Cumprimentamol-os effusivamente pela gratissima data de sua ordenação sacerdotal, pedindo a Deus os cumule de suas melhores bençams ad multos annos.




segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Uma homilia do Servo de Deus Padre Alderigi

Padre Alderigi foi um verdadeiro pastor para o seu rebanho. Suas ações e suas palavras expressavam bem a consciência que tinha a respeito de sua missão, isto é, ser sacramento de Cristo e ajudar o seu povo a amar a Deus e a cultivar o amor entre si. 


O Servo de Deus sabia que a família era a primeira escola de vida cristã. No seio das relações familiares é que as pequenas ovelhas de seu rebanho aprendiam a dar os primeiros passos nas virtudes humanas e cristãs. Este parece ser o pano de fundo de uma homilia proferida por Padre Alderigi durante a celebração de batizados, em 1976. 


Em sua voz, é possível entrever os sinais de sua avançada idade e também a dificuldade na dicção. Mas isso não o faz menos corajoso para pregar a verdade ou menos carinhoso ao se dirigir aos "papais e mamães", nem menos simpático e humano, a ponto de dar algumas risadas ao falar das "briguinhas" que as crianças podem cometer. 


As palavras do Servo de Deus, embora proferidas já há muito tempo, ecoam ainda hoje e têm algo a nos ensinar: no alicerce da família cristã devem estar presentes o respeito, o conselho, o exemplo e a oração! Padre Alderigi não prega uma falsa educação, como se poderia, equivocadamente, pensar ao ouvi-lo dizer que não se deve bater nas crianças! Esta sua afirmação está ligada ao seu respeito pela constituição física e da personalidade infantil que, como ele mesmo afirma, "não tem ainda o senso bem formado". Assim, não é por meios rudes, mas pelo amor e pela fé que se realiza a exigente arte de educar!


Esta homilia, aqui transcrita, pode ser ouvida no último vídeo que postamos, na página de vídeos (clique em VIDEOS, no canto superior direito). É emocionante poder ouvir a voz deste Servo de Deus! Mesmo aqueles que não o conheceram podem, através dela, colher seu ensinamento e aproximar-se de sua pessoa!

Eis, portanto, a homilia:


«Os papais e as mamães se comprometeram em ensinar a religião para os filhos. Os padrinhos se comprometeram a ajudar os pais. 

Como é que se criam os filhos? Muita gente pensa que é com pancada! 

Bater em uma criança é um crime muito grande! Por quê? Porque a mão que bate é pesada e os ossos da crianças são pequenos e ainda moles. Um tapa, por menor que seja, pode dar um trauma muito grande por toda a vida. Depois: com pancadas, não se endireita ninguém. Ficar bravo, gritar com as crianças... não pode! Por quê? Porque a criança não tem ainda o senso bem formado. Grita daqui, grita dali e o resultado é que se desorienta e, depois, a criança faz o que dá na cabeça. E aí, vem com o padre: "Padre, por favor, benze as crianças porque não há quem possa". Os pais é que são os culpados: gritaram e desorientaram a criança. Não pode xingar porque é um absurdo! (...), pois criança aprende a xingar com uma facilidade extraordinária. 

E nem o marido pode xingar a mulher! O marido não pode xingar a mulher por quê? Há poucos dias aconteceu aqui, na nossa cidade, que um menino falou nome feio para a mãe. A mãe, muito amorosa, falou: "Filhinho, você tem coragem de falar este nome para a mamãe?" A criança respondeu: "Uai, o pai falou para a senhora!" Ele ouviu o pai falar para a mãe. 

De modos que não é com pancada, não é com braveza, não é com xingamento que se criam os filhos. Conselho não vale nada, conselho não vale nada sozinho. Quer ver um exemplo? Um homem estava falando para os filhos: "Meus filhos, vocês não mintam! Mentir é uma coisa muito feia. Quem mente fica desacreditado. Vocês não mintam porque é pecado." É um bom conselho, não é? Não é um bom conselho? Mas, nisto, bateram na porta. Bateu: toc-toc. E ele disse: "Olha, se for eu, vocês falam que eu não estou aqui". Adiantou alguma coisa o conselho? Não adiantou nada! Porque não é só o conselho, mas junto com o exemplo - conselho e exemplo juntos, conselho e exemplo juntos! Não adianta de nada os pais falarem uma coisa e fazerem outra. Mas, as duas coisas: conselho e exemplo! 


"Ancora" (Pe. Alderigi utiliza aqui um advérbio italiano, cujo significado, em português, é: ainda): conselho, exemplo e mais uma coisa: oração. É preciso rezar! Rezar muito, rezar bastante para Deus iluminar para vocês saberem guiar e governar bem a direção dos filhos. Então, vamos, de pé, começar a rezar desde agora!» 


E, depois de entregar a vela aos padrinhos disse: 

«Pais e Padrinhos, esta luz vos é entregue para que a alimenteis. (...) Que dia é que apaga esta vela? Quando a criança fizer um pecado! É a luz do batismo que vai seguindo adiante... fez um pecado grave, apagou! E o resto da vida, então, será mal vivido. Vocês têm que ensinar e explicar para eles para nunca fazer pecado. Não é esse pecadinho de briguinhas (risos) essas coisas não, né! É o pecado grave que o catecismo explica!»

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O testemunho de Dom José D'Angelo Neto

Quando Pe. Alderigi faleceu, Dom José D'Angelo Neto, então arcebispo de Pouso Alegre, publicou o seguinte artigo no jornal "Semana Religiosa". Este artigo, com data de 5 de outubro de 1977, é uma bela síntese daquilo que significaram a vida e o ministério presbiteral do Servo de Deus Padre Alderigi. Vale a pena conferir e saborear a profundidade deste testemunho!


Padre Alderigi: um presente de Deus
“Entregamos a Deus, no dia 3 de outubro, às 23.30 horas, o presente que Ele dera à humanidade: Monsenhor Alderigi Maria Torriani. Entregamos-lhe porque nos pedira, porque mais do que ninguém tinha direito sobre ele, porque lhe pertencia mais do que a nós. De outro modo, gostaríamos de tê-lo sempre presente entre nós para continuar a ver nele, em sua bondosa figura, em sua fisionomia simples e alegre um reflexo da bondade de Deus Pai que, através dele, sempre nos convidou também à bondade, à simplicidade, à santidade.

Um homem que se entregou a Deus

Foi um HOMEM DE DEUS. Em todos os seus atos, os mais simples, procurou sempre conhecer a vontade do Pai. Basta lembrar aqui que foi sempre um HOMEM DE ORAÇÃO. Pode-se dizer sem exagero que chegou a cumprir literalmente o que Jesus recomendou: ‘é preciso rezar sempre e nunca deixar de rezar’ (Lc 18,1). Tinha sempre seu terço nas mãos, principalmente agora que tinha de permanecer longas horas em uma cadeira ou leito. A obediência que prestava a seu Deus era verdadeiramente extraordinária a julgar pela obediência filial e até escrupulosa que prestava a seu bispo.

Amor e obediência total à Igreja Católica Apostólica Romana
Foi um HOMEM DA IGREJA. Para não me alongar, lembraria apenas a preocupação que tinha por conhecer todas as determinações do Magistério e as prescrições diocesanas. O esforço que fazia para adaptar às necessidades pastorais de hoje, para conhecer o espírito e as orientações do Concílio Vaticano II. A aceitação de todos os movimentos que surgiram nestes últimos tempos e que ele fazia questão de levar logo a seus paroquianos, ainda que pudesse sentir dificuldade em acompanhá-los. Superava estas dificuldades de um modo admirável e edificante para os sacerdotes mais jovens.

"Todas as vezes que fizestes isto a um dos menores dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes" (Mt 25,40)
Foi um HOMEM POBRE E DOS POBRES. Nada possuía na vida. Ele mesmo dizia em sua última enfermidade, sem perceber que proclamava uma grande virtude, pois falava mais para ressaltar a bondade de Deus e dos outros. ‘Tive sempre minhas mãos abertas para todos’, dizia, ‘nada retendo para mim e, agora, Deus e os homens abriram suas mãos com tal generosidade que nada me falte e tenho o que nunca tive na vida’. Tinha uma grande alegria e um prazer imenso em dar aos que nada tinham, aos que batiam em sua porta pedindo pão, remédio, roupa. Foi mesmo explorado por causa de sua bondade. O importante, porém, é ressaltar aqui que sua amizade aos pobres foi uma consequência de seu amor a Deus, a Cristo que ele sempre viu em cada um que se encontrou com ele em qualquer circunstância. Por isso, era impressionante o respeito que ele tinha pela fama dos outros. Nunca falava de alguém. Tinha mesmo o costume de fazer esta recomendação aos que o procuravam para receber bênçãos: ‘não fale mal dos outros’.

Na confissão, o perdão de Deus
Foi HOMEM DO CONFESSIONÁRIO. Verdadeiro Cura d’Ars, passava horas intermináveis em atender seus paroquianos e os numerosos romeiros de seu Santuário. Chegava a não tomar as refeições para que pudesse ficar à disposição dos penitentes. Substituía frequentemente seu almoço por uma fruta e um pedaço de queijo que comia ali mesmo para que o tempo não escasseasse para o ministério.

Um intercessor junto de Deus
Não o esqueceremos. Sabemos que o perdemos aqui para ganhá-lo como intercessor junto a Deus. Sua vida foi coroada por uma morte santa. Quis Deus enriquecê-lo de méritos numa longa e dolorosa enfermidade que ele mesmo desejou e chegou mesmo a pedir para que se assemelhasse mais ainda a Cristo Sacerdote.

Deus o tenha nos céus como nosso intercessor e nos dê novos presentes como este que ele nos deu há 82 anos para o mundo ficar melhor e fê-lo seu sacerdote para a Igreja cumprir melhor sua missão”.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Os Santos: sinais de santidade e intercessores junto a Deus.

DÜRER, Albrecht. The adoration of the Trinity (1511).
Por que a Igreja Católica declara algumas pessoas santas?
Algumas pessoas já me perguntaram: "Padre, por que fazer este Processo de Canonização do Pe. Alderigi? Nós o conhecemos e sabemos que sua vida foi vivida santamente. É, realmente, necessário que o Papa o proclame santo?".

Tal questionamento é muito importante e não diminui a devoção destas pessoas ao querido Pe. Alderigi! Ao contrário, ao propor tal interrogativo, estas pessoas nos ajudam a refletir sobre o porquê a Igreja Católica apresenta algumas pessoas como santos e santas ou, em outras palavras, o porquê a Igreja canoniza alguns de seus membros que já morreram.

A fama de santidade
Os santos são pessoas que, em suas vidas, procuraram, em todos os momentos, cultivar as virtudes da fé, da esperança e da caridade para com Deus e para com as outras pessoas. Eles não foram isentos do pecado e das fragilidades humanas. Mas, não obstante tal realidade, procuraram agradar a Deus em tudo e, até mesmo em sua realidade de pecado, ofereceram a própria vida a Deus com humildade e confiança em sua grande misericórdia e perdão. Justamente por terem levado uma vida assim, tais pessoas tornaram-se para os outros um sinal. E, ao morrer, delas se dizia: "morreu um santo".

Certamente, quando nos recordamos, por exemplo, do Papa João Paulo II - que será beatificado no próximo dia 1º de maio, em Roma - podemos dizer com certeza: "esse homem era um santo que testemunhou, em palavras e obras, a bondade e o amor de Deus. Nem mesmo a dor e a idade o impediram de ser sinal de santidade para todo a humanidade". É isso que sentimos quando pessoas, tal como João Paulo II e tantos outros, partem deste mundo para a casa do Pai.

A Causa de Canonização
A Igreja Católica, já desde seus primeiros tempos, propõe algumas pessoas como modelos de santidade. Não é que o Papa faça uma escolha daquelas pessoas melhores. É o próprio povo dos batizados que, em sua sensibilidade de fé cristã, percebe que algumas pessoas trazem consigo um quê de especial e parecem estar mais perto de Deus. A partir desta constatação, chamada fama de santidade, a Igreja realiza um meticuloso processo jurídico-canônico, a fim de atestar e comprovar que aquela pessoa viveu em grau heróico as virtudes cristãs e, assim, pode ser apontada como um exemplo a ser seguido por todos os fiéis católicos.

Os santos: um indicativo da santidade
A primeira função dos santos, portanto, é ser um sinal para cada um de nós de que Deus é santo e quer que cada um tome parte em sua santidade. Cada pessoa batizada, como dom do próprio sacramento do Batismo, é incorporada no mistério salvífico realizado por Jesus Cristo em sua vida, paixão, morte e ressurreição. Mas esse dom é como uma semente que Deus planta e que, para crescer e produzir frutos, depende do cultivo que cada um oferece. Os santos estão, pois, a recordar-nos: "Você, batizado, cultive a sua vida de fé! Exercite-se no amor a Deus e aos irmãos! Olhe para Jesus Cristo, o Salvador, e corra corajosamente ao seu encontro! Seja você também um santo!" Em outras palavras, os santos são como os sinais indicativos que encontramos em uma estrada que se conhece na medida em que é percorrida. São como as placas que indicam os caminhos para Deus e não nos deixam seguir por atalhos que, ao final, podem nos levar para outros rumos.

Os santos: intercessores junto a Deus
Além disto, ao canonizar estas pessoas, a Igreja apresenta os santos como intercessores junto a Deus. Pelo sacramento do Batismo, temos acesso livre a Deus, pois recebemos o dom de fazer parte de seu povo sacerdotal. Mas, os santos que já fizeram a estrada que estamos percorrendo, podem nos ajudar nesta comunhão com o Senhor Altíssimo. Assim, lá do céu, junto ao trono de Deus, eles olham por nós como amigos e pedem por nós. Por isto, através dos santos, podemos alcançar muitas graças e muitos milagres. Não são os santos a fazer milagres, pois somente Deus pode realizá-los. Mas, os santos são como a mãe, à qual o filho pequenino pede ajuda, a fim de alcançar do pai a realização de seu desejo.

A Causa de Canonização de Padre Alderigi
O Processo ou a Causa de Canonização do Servo de Deus Padre Alderigi tem, portanto, este significado. Embora seu processo de canonização ainda não tenha chegado ao final, esperamos que ele seja, um dia, proclamado santo, um sinal de santidade e um intercessor a nosso favor!

As pessoas que o conheceram viram nele algo mais e perceberam que ele buscou imensamente abrir o coração para que Deus fizesse dele uma pessoa santa. Perceberam que ele, com coragem e perseverança, cultivou as virtudes cristãs. E, até hoje, sua pessoa é um sinal de que Deus quer que sejamos santos. Quando visitamos o seu túmulo, em Santa Rita de Caldas, ou quando rezamos sua oração, ou quando seguramos com fé uma sua relíquia... sentimos, no coração, sua presença a nos dizer: "Seja santo você também!" Muitas pessoas relatam ter recebido graças de Deus depois de terem rezado e pedido a intercessão de Padre Alderigi. Isso nos ajuda a crer que ele pode interceder junto a Deus por nós!

Viver santamente: eis o convite!
Estas considerações sobre o por quê das canonizações ajudam-nos a venerar, reverentes, os santos: tanto aqueles que já foram proclamados como tais pela Igreja Católica, bem como aqueles que não conhecemos, mas que já gozam da beata alegria dos céus. Oxalá ajudem-nos também a renovar, no coração e nas atitudes concretas da vida, o desejo de ser santos!

Pe. Leandro

Bem-vindo!

Enquanto o site oficial da Causa de canonização encontra-se em fase de construção, oferecemos a você este Blog que tem por finalidade colocá-lo perto daquele bom sacerdote que encantou as terras montanhosas do sul do estado de Minas Gerais: o Servo de Deus Padre Alderigi Maria Torriani.

Tendo sido pároco da cidade de Santa Rita de Caldas por 50 anos, este sacerdote deixou uma herança de fé e de amor a Deus e ao próximo que, até os nosso dias, contagia as pessoas que tomam contato com sua história.

Já em vida, Padre Alderigi tinha fama de grande santidade. Isso era comprovado através das inúmeras graças que as pessoas recebiam de Deus quando pediam a ele bênçãos e orações. Depois de sua morte, aos 3 de outubro de 1977, tal fama se difundiu ainda mais, não apenas no sul de Minas, mas por todo o Brasil. Muitas são as pessoas que relatam graças recebidas por intercessão de Padre Alderigi!

Movido por estes fatos, o Arcebispo de Pouso Alegre, Dom Ricardo Pedro C. P. Filho iniciou a Causa de Canonização de Padre Alderigi que, a partir daí, é chamado de Servo de Deus. 

Com esta Causa, a Arquidiocese de Pouso Alegre está investigando, através de um processo eclesiástico, a vida de Padre Alderigi com o objetivo de conhecer profundamente como ele viveu as virtudes cristãs da fé, da esperança e da caridade para com Deus e o próximo. Após reunir os documentos que comprovem tal vivência, tudo será encaminhado à Congregação para a Causa dos Santos, em Roma, onde o processo seguirá o seu curso.

Juntamente com o processo documental, faz-se necessária a constatação de graças obtidas por intercessão do Servo de Deus Padre Alderigi. Tais graças são necessárias, pois constituem uma comprovação da santidade vivida por Padre Alderigi e são fundamentais para que, um dia, ele seja proclamado santo pela Igreja.


Precisamos de santos que sejam luz para as nossas vidas e que nos ajudem a viver a nossa fé cristã. E Padre Alderigi, em sua vida simples de pároco do interior, ajuda-nos a descobrir que a santidade não é algo impossível, mas é um convite que Deus repete, a cada dia, a mim e a você!


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Um abraço com as bênçãos de Deus!

Pe. Leandro de Carvalho Raimundo - Postulador.